A mudança climática é considerada uma das maiores ameaças para o planeta e para a humanidade. Suas consequências já são vivenciadas em diversos aspectos de nossas vidas, desde nossa saúde até a economia global. No Centro Universitário Facens, adotamos uma série de iniciativas para a diminuição das emissões de gases de efeito estufa (GEE) de nossas atividades cotidianas, além de buscarmos o desenvolvimento e a implementação de novas tecnologias para a produção de energia limpa e renovável.
Estamos continuamente monitorando nossas emissões e buscando soluções para minimizar nossa pegada de carbono. Em 2024, aprimoramos nossos inventários adotando a metodologia do Protocolo GHG (Greenhouse Gas Protocol), um padrão internacionalmente reconhecido para a quantificação e gestão das emissões de gases de efeito estufa (GEE). Com essa abordagem, passamos a mapear nossas emissões de forma mais precisa e padronizada, possibilitando a identificação de oportunidades para redução e implementação de novas iniciativas e programas. Esse avanço reforça nosso compromisso com a busca das melhores práticas globais para gestão das nossas emissões.
O inventário de carbono é quantificado em três escopos:
Escopo 1: Emissões diretas de gases de efeito estufa (GEE) provenientes de fontes controladas pela instituição. Em 2024, nossas emissões diretas resultaram em 11,4 toneladas equivalentes de CO₂.
Emissões de combustão estacionária: 4,8 toneladas equivalentes de CO₂.
Emissões de combustão móvel*: 5,6 toneladas equivalentes de CO₂.
Emissões da compostagem de resíduos orgânicos**: 1,0 tonelada equivalente de CO₂.
Escopo 2: Emissões indiretas associadas ao consumo de energia elétrica adquirida. Em 2024, graças à utilização de energia limpa e renovável, as emissões de gases de efeito estufa (GEE) provenientes da eletricidade consumida foram neutras.
Escopo 3: Emissões indiretas, que ocorrem ao longo da nossa cadeia de valor. Em 2024, as emissões provenientes dessas fontes totalizaram 1.475,9 toneladas equivalentes de CO₂.
Emissões de resíduos sólidos enviados a aterro sanitário: 13,0 toneladas equivalentes de CO₂.
Emissões oriundas do tratamento de esgoto doméstico*: 74,8 toneladas equivalentes de CO₂.
Emissões de viagens a negócio**: 43,0 toneladas equivalentes de CO₂.
Emissões de veículos particulares***: 1.345,1 toneladas equivalentes de CO₂.
Estamos trabalhando para que as nossas emissões, principalmente as de Escopo 3, sejam mapeadas com maior precisão. Com isso, esperamos conseguir desenvolver estratégias cada vez mais eficazes e fortalecer nossos programas de redução de emissões.
Reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) é um compromisso essencial para enfrentar as mudanças climáticas e mitigar seus impactos. No Centro Universitário Facens, adotamos uma abordagem estratégica e inovadora para minimizar nosso impacto climático, investindo em energia limpa e renovável em todo o campus, aprimorando nossa eficiência energética e desenvolvendo soluções sustentáveis junto aos nossos alunos para beneficiar a comunidade. Dessa forma, unimos tecnologia, educação e ação para construir um futuro mais resiliente e sustentável.
No ano de 2016, iniciamos nossas primeiras instalações de geração de energia elétrica fotovoltaica, com sistemas de geração on-grid e off-grid, sendo uma das primeiras usinas fotovoltaicas da região metropolitana de Sorocaba. Em 2022, incluímos mais um sistema de geração de energia elétrica fotovoltaica, por meio do Programa de Eficiência Energética da CPFL. Em 2024, iniciamos a implantação de um novo sistema Tracker para geração de energia elétrica fotovoltaica em parceria com a empresa Trina, a fim de aumentar nossa capacidade de geração de energia elétrica em torno de 18 a 20kWp, alcançando até 245kWp somando todos nossos sistemas.
Com isso, conseguimos gerar 14% de toda a energia elétrica consumida no campus em 2024. Esse percentual representa uma redução em relação aos 19% registrados em 2023, porém, justificada por dois fatores principais:
Aumento do consumo: o campus registrou um crescimento de 21% no consumo total de energia em 2024, reflexo da ampliação de atividades acadêmicas, novos espaços e maior demanda energética;
Queda na geração própria: a produção de energia renovável apresentou uma redução de 9% em relação ao ano anterior, impactada por fatores operacionais e condições climáticas.
Apesar dessa redução relativa na geração própria, mantivemos nossa política de uso de energia 100% renovável, garantindo que toda a eletricidade adquirida no mercado livre de energia seja proveniente de fontes limpas e certificadas. Nosso compromisso é continuar investindo na expansão da geração solar e no aprimoramento da eficiência energética, reforçando o papel do campus como um modelo de inovação sustentável.
As emissões foram calculadas conforme os fatores de emissões:
Fator de emissões de CO₂ da matriz energética brasileira: representa a média das emissões da matriz elétrica nacional, considerando todas as fontes de geração de energia. Esse valor pode variar anualmente e aumentar em períodos de seca devido ao maior uso de termelétricas. O fator utilizado foi de 92kgCO₂/MWh (0,092tCO₂/MWh), a partir dos dados apresentados pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e Empresa de Pesquisa Energética (EPE) para o ano de 2024.
Absorção de CO₂ por árvore: representa a capacidade média de uma árvore nativa tropical em fase de crescimento de capturar dióxido de carbono da atmosfera. Esse valor pode variar dependendo da espécie, idade e condições ambientais. O fator utilizado foi de 15kgCO₂/árvore/ano, a partir das estimativas do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) e do SEEG (Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa).
Emissão de CO₂ por quilômetro rodado por carro a gasolina: representa a média de emissões de um veículo a gasolina por quilômetro percorrido. O valor pode variar conforme o modelo, ano de fabricação e eficiência do motor. O fator utilizado foi de 0,120kgCO₂/km, considerando as estimativas da Environmental Protection Agency (EPA), IBAMA e CETESB.
COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO. Tabela 7 – Fatores médios de emissão de veículos leves novos. São Paulo: CETESB, 2024. Disponível em: https://l1nk.dev/Iaikh. Acesso em: 2 abr. 2025.
EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA (Brasil). Balanço Energético Nacional: Relatório Síntese 2024. Brasília, 2024. Disponível em: https://l1nk.dev/9B5mN. Acesso em: 2 abr. 2025.
ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY (EPA). Greenhouse Gas Emissions from a Typical Passenger Vehicle. Washington, D.C.: EPA, 2018. Disponível em: https://l1nq.com/pF3Nm. Acesso em: 2 abr. 2025.
INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS (IBAMA). Programa de controle da poluição do ar por veículos automotores — Proconve/Promot/Ibama. Brasília: Ibama/Diqua, 2011. Disponível em: https://l1nk.dev/kkizA. Acesso em: 2 abr. 2025.
PAINEL INTERGOVERNAMENTAL SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS (IPCC). Mitigação das mudanças climáticas: contribuição do Grupo de Trabalho III ao Sexto Relatório de Avaliação do IPCC. In: ______. Sexto Relatório de Avaliação do IPCC (AR6). Genebra: IPCC, 2022. Disponível em: https://l1nq.com/IgGRt. Acesso em: 2 abr. 2025.
POTENZA, Renata F. et al. Calculadora de emissões por pessoa no Brasil – Nota metodológica. Observatório do Clima, 2021. Disponível em: https://l1nq.com/my163. Acesso em: 2 abr. 2025.
Desde 2020, somos integrantes do Ambiente de Contratação Livre (ACL), popularmente conhecido como Mercado Livre de Energia Elétrica, com uma demanda contratada de 500kW. A Resolução Normativa nº 1.000 da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) determina que consumidores com demanda entre 500kW e 1.000kW sejam considerados "consumidores especiais" e estejam autorizados a adquirir energia exclusivamente de fontes incentivadas, ou seja, provenientes de fontes renováveis, como pequenas centrais hidrelétricas (PCH), usinas solares, eólicas ou de biomassa. Mesmo considerando a determinação regulamentar, adotamos um compromisso ainda maior com a rastreabilidade da energia consumida, garantindo que toda a eletricidade consumida seja certificada pelo I-REC (International Renewable Energy Certificate). Em 2024, adquirimos 1.137 REC, correspondentes a 1.137MWh, valor superior aos 979 REC adquiridos em 2023.
O International REC Standard (I-REC) é um sistema global, com metodologia unificada, que certifica a origem da energia como sendo renovável. Os certificados REC representam que a quantidade de eletricidade adquirida e consumida foi gerada a partir de fontes renováveis (cada REC equivale a 1 MWh de energia renovável consumida).
O Centro Universitário Facens tem como missão buscar constantemente o desenvolvimento de novas soluções para a geração de energia limpa. Nosso objetivo é fornecer a toda comunidade acadêmica uma visão abrangente das tendências globais de geração de energia, bem como experiência prática no combate às mudanças climáticas, inovação e empreendedorismo.
Ao longo dos anos, temos desenvolvido uma variedade de soluções inovadoras, abrangendo diversas fontes de energia renovável. Entre essas soluções, destacam-se os projetos envolvendo painéis solares, geradores eólicos, uso de biodigestores, produção de biodiesel e aproveitamento de energia hidrelétrica.
Esses projetos são conduzidos tanto no âmbito institucional, por meio de iniciativas lideradas pela Facens, quanto por nossos alunos, que têm a oportunidade de aplicar seus conhecimentos teóricos na prática, desenvolvendo projetos reais experimentais que contribuem para a busca por uma matriz energética mais sustentável.
*As unidades experimentais que produzem biogás, energia eólica, hidrelétrica e biodiesel não são conectadas à rede elétrica do campus.
Além de iniciativas de geração de energia elétrica renovável, nossos alunos são estimulados a desenvolver práticas e projetos relacionados à eficiência energética na busca de redução de consumo para climatização e iluminação dos nossos prédios. Contamos com um componente curricular específico em todos os cursos de engenharia do 3° semestre, na Usina de Projetos Experimentais (UPX - Energias Renováveis) para desenvolvimento de tecnologias voltadas para a geração de energia limpa e renovável, além de Iniciações Científicas e Trabalhos de Conclusão de Curso que oferecem inovações relacionadas ao desenvolvimento da gestão de energia elétrica.
Em 2023, o Centro Universitário Facens obteve uma conquista significativa: iniciamos o desenvolvimento do nosso Plano de Eficiência Energética (PEE), com a implementação de um sistema de controle e gerenciamento do consumo de energia elétrica em todo o campus.
Esse avanço permitiu a quantificação precisa do consumo energético estratificado pelo sistema de distribuição, além do acompanhamento da economia gerada pela geração fotovoltaica.
Com a análise detalhada dos dados de consumo e a geração de energia elétrica durante os anos de 2023 e 2024, definimos um novo passo para 2025: a criação da Comissão Interna de Conservação de Energia. Essa iniciativa terá como principais objetivos:
Desenvolver uma Política Energética voltada à melhoria contínua do desempenho energético, seguindo a estrutura da norma ISO 50000, adotada no Brasil pelo Comitê Brasileiro de Gestão e Economia de Energia (CB 116) da ABNT.
Implantar um Sistema de Gestão de Energia, monitorando os Indicadores de Desempenho Energético (EnPI) para otimizar o consumo e reduzir desperdícios. Estudos internacionais indicam que iniciativas como essa podem proporcionar economias entre 5% e 30%, dependendo do setor, do nível de monitoramento, do engajamento da gestão e dos investimentos em eficiência energética.
Além de garantir maior controle sobre nossa economia financeira com a geração fotovoltaica, essa iniciativa fortalecerá nossa governança energética, reforçando nosso compromisso com a sustentabilidade ambiental e a viabilidade econômica das nossas operações.