“Vivemos em uma era marcada pela globalização da indiferença em relação a todos os seres vivos e pela escassez de lideranças verdadeiramente conscientes e humanizadas. Diante desse cenário, é legítimo nos questionarmos sobre o impacto real das ações individuais frente aos grandes desafios coletivos.
Em muitos momentos, somos tomados pela sensação de impotência. Parece difícil acreditar que pequenas atitudes possam gerar transformações significativas. No entanto, é justamente nesses momentos que devemos agir. O desconforto que sentimos é um chamado à responsabilidade.
Thais Barros Beldi
Membro da Mantenedora e Diretora
de Estratégia e Educação Inovadora
Afinal, empresas, governos e soluções são construídos por pessoas. E a mudança começa quando expandimos nossa consciência ao buscarmos informação, sairmos de nossas bolhas sociais e exercitarmos o olhar atento para o que está ao nosso redor.
Faz-se necessário pausar e refletir sobre nossos privilégios, recursos e possibilidades. Um gesto simples pode não parecer grandioso para quem o realiza, mas pode representar esperança, inspiração e transformação para quem o recebe.
Acredito que é por meio da soma dessas ações conscientes, individuais e intencionais que se constrói um futuro mais justo, humano e regenerativo.”
Patricia Klahr
Reitora do Centro Universitário Facens
“No mundo contemporâneo, a sustentabilidade deixou de ser um conceito isolado para tornar-se uma diretriz essencial para instituições comprometidas com o futuro. No Centro Universitário Facens, ela é um dos pilares que sustentam a excelência acadêmica que buscamos diariamente, ao lado da inovação, da internacionalização e do empreendedorismo. Com responsabilidade social e ambiental, reafirmamos nosso compromisso com uma educação transformadora e alinhada aos desafios do século XXI.
Acreditamos que a verdadeira educação ultrapassa as paredes da sala de aula. Como disse Paulo Freire, “Educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo.” Guiados por essa visão, nossas ações institucionais têm como propósito não apenas transmitir conhecimento, mas inspirar nossos estudantes a se tornarem agentes de mudança. Isso se traduz em projetos pedagógicos integradores como o Florestas Inteligentes, práticas sustentáveis em nossa infraestrutura e rotina, incentivos à pesquisa voltada para soluções reais e parcerias internacionais que ampliam horizontes.
Além da formação técnica e intelectual, assumimos com profundidade o compromisso com o desenvolvimento de competências socioemocionais e de habilidades comportamentais e humanas. Sabemos que, para florescer em um mundo cada vez mais complexo e interdependente, é essencial cultivar empatia, escuta ativa, colaboração, resiliência e pensamento crítico. Investimos em iniciativas que promovem o autoconhecimento, o equilíbrio emocional e o florescimento humano como parte indissociável da jornada acadêmica.
Nelson Mandela nos lembra que “a educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo.” Com essa convicção, buscamos promover um desenvolvimento integral, que articula teoria e prática, ciência e sensibilidade, inovação e consciência ética. Empreendemos em prol de um ambiente acadêmico que encoraja o pensamento crítico, a responsabilidade social, o respeito à diversidade e o cuidado com o planeta e com as pessoas.
Este relatório de sustentabilidade é mais do que um documento técnico, é um reflexo do nosso modo de existir como instituição educadora. Ele expressa nossos esforços contínuos para integrar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) às nossas atividades de educação, pesquisa, extensão e gestão. Mais do que cumprir metas, queremos cultivar uma cultura de responsabilidade, em que cada membro da comunidade acadêmica se reconheça como protagonista da mudança que desejamos ver no mundo.
Com orgulho e esperança, apresentamos os resultados, desafios e conquistas deste período, certos de que juntos (estudantes, docentes, colaboradores e parceiros), continuamos a construir uma instituição viva, inovadora e comprometida com o bem comum.”
Vitor Hugo Estefano Barbosa
Estudante de Análise e Desenvolvimento
de Sistemas — 3º semestre
“Nasci e cresci na zona rural do interior do estado de São Paulo, onde tive o privilégio de observar os animais em seu habitat natural. No entanto, com o passar do tempo, observar animais como veados e lobos-guará tornou-se uma raridade, evidenciando a crescente perda da biodiversidade local. E dada essa circunstância, começo meus estudos na área de tecnologia, com o intuito de contribuir para conscientização da população sobre a importância de preservar os animais da nossa região e país.
Durante o ensino técnico em Informática, em 2017, desenvolvi um jogo educativo voltado para crianças do ensino fundamental, com o objetivo de sensibilizá-las sobre a preservação de espécies ameaçadas de extinção. Em 2024, ingressei na Facens e iniciei uma iniciação científica com o projeto BIOMAP – uma plataforma de pesquisa da fauna brasileira que integra princípios de UX/UI para potencializar o aprendizado. O objetivo é proporcionar a alunos, pesquisadores e comunidades o acesso a informações sobre a fauna brasileira, disseminando conhecimento de forma acessível e promovendo a conscientização ambiental.
E com o apoio da Facens, tenho conseguido realizar minhas pesquisas de validação da plataforma, colaborando para a realização da iniciação científica.”
“Quando saí do Ensino Médio, comecei a me conectar com movimentos de sustentabilidade socioambiental, desenvolvendo um novo olhar sobre nossas relações com o mundo e com as pessoas. Através do voluntariado, descobri não apenas minha paixão por causas sociais, mas também minha inclinação pela Psicologia — uma área que, de certa forma, sempre esteve entrelaçada com minha história de vida.
Anna Elisa Moutinho
Estudante de Psicologia — 5º semestre
Ao ingressar na Facens, minha maior inquietação era se conseguiria conciliar a graduação com o engajamento em projetos voluntários, que tanto me realizavam. Para minha surpresa, o curso de Psicologia não só permitiu que eu mantivesse essa conexão, como ampliou minhas possibilidades. A grade curricular incluía projetos comunitários, e a instituição oferecia inúmeras atividades extracurriculares que integravam formação acadêmica e impacto social.
Em 2024, vivi experiências que transformaram minha perspectiva: fui monitora no Enlace pela segunda vez, participei de voluntariados em escolas públicas de Sorocaba pelo LIS e colaborei no evento internacional Hearth Summit São Paulo, sediado na Facens — uma oportunidade que, mais tarde, abriu portas no exterior. Mas o momento mais marcante foi minha imersão de dois dias na aldeia indígena Tabaçu Reiko Ipy, em Peruíbe. Ali, ajudei na construção da casa de cura das mulheres da aldeia, mergulhando em suas tradições e ancestralidade. Essa vivência, que dificilmente teria acesso sem o apoio da Facens e do Enlace, me mostrou que o verdadeiro aprendizado está no encontro — com o outro, com a terra, e com modos de existir que desafiam nossa visão habitual do mundo.
Cada uma dessas oportunidades me ensinou a olhar com “novos olhos”, como diz Proust. A Facens, ao fomentar projetos que unem academia, cuidado socioambiental e responsabilidade ética, me mostrou que educação não é apenas acumular conhecimento, mas estar presente no mundo de forma engajada e sensível. Hoje, entendo que transformação começa quando suspendemos nossos pré-conceitos e nos abrimos ao que está diante de nós — seja numa sala de aula, numa aldeia indígena ou num gesto simples de escuta. E é assim, nesse contínuo desvelamento da experiência, que encontro meu propósito: aprender não sobre o mundo, mas com ele.”
Profa. Renata Caramez
Professora do curso de Odontologia
“Ser educadora é, para mim, mais do que transmitir conhecimento técnico — é formar consciências, provocar reflexões e inspirar atitudes transformadoras. Ao longo da minha trajetória como cirurgiã-dentista e professora de graduação do curso de Odontologia do Centro Universitário Facens, tenho buscado integrar o ensino da saúde bucal com temas mais amplos, que dialoguem com a realidade dos estudantes e com os desafios do nosso tempo. A sustentabilidade é, sem dúvida, um desses temas essenciais.
Foi com essa visão que desenvolvi o projeto de aula intitulado “Tabagismo e sustentabilidade: impactos na saúde bucal e no meio ambiente”, contemplado com o 1º lugar no Prêmio Educador Sustentável Facens. Mais do que um reconhecimento, esse prêmio simboliza a importância de um ensino que conecta ciência, saúde e responsabilidade socioambiental.
No projeto, propus aos alunos uma análise crítica sobre os efeitos do tabagismo não apenas na saúde bucal — área que nos é tão cara na Odontologia —, mas também no impacto ambiental causado pelo consumo de cigarros: desde a produção industrial até o descarte inadequado de bitucas, que contaminam solos, rios e ecossistemas inteiros. A proposta foi criar uma abordagem interativa e investigativa, incentivando o protagonismo dos estudantes, que passaram a enxergar o papel do cirurgião-dentista para além do consultório, como agente de saúde pública e de conscientização ambiental.
Ensinar sustentabilidade é também praticar a escuta, o diálogo e a construção coletiva do saber. A cada aula, percebo o quanto os estudantes se engajam quando entendem que o conteúdo vai além da teoria — quando compreendem que suas futuras ações profissionais podem impactar positivamente a sociedade e o planeta.
Receber o Prêmio Educador Sustentável foi uma honra, mas, acima de tudo, uma motivação para continuar explorando caminhos que unam saúde, educação e meio ambiente. Acredito que formar profissionais conscientes, críticos e comprometidos com a sustentabilidade é uma das maiores contribuições que podemos deixar para as próximas gerações — e esse compromisso começa em sala de aula.”